Mensagem de 25 de maio de 2014



"Queridos filhos: Rezem e estejam conscientes de que, sem Deus, vocês são pó. Por isso, voltem os seus pensamentos e o seu coração para Deus e para a oração. Confiem em seu amor. No espírito de Deus, filhinhos, todos vocês são chamados a serem testemunhas.  Vocês são preciosos e eu os chamo, filhinhos, à santidade e à vida eterna. Por isso, estejam cientes de que esta vida é passageira. Eu os amo e os convido à uma nova vida de conversão. Obrigada por terem atendido ao meu chamado."




Comentário da Mensagem

Estejam conscientes de que, sem Deus, são pó. E a Mãe insiste: estejam conscientes de que esta vida é passageira. Duas tentações: viver apoiados nas nossas forças, capacidades e talentos, dispensando Deus ou, pior ainda, colocando-O ao serviço dos nossos projectos e pretensões. A outra tentação: organizarmos a nossa vida como se este tempo de peregrinação fosse a Pátria definitiva

 

Sem Deus, são pó.

 

Sem Deus, que é o homem? É pó, diz-nos Maria Santíssima. Com razão São Francisco de Assis pergunta, citando o salmista: «”Homens, até quando desprezareis a minha glória?” (Sl 4,3). Porque não reconhecemos a verdade? Porque não acreditamos no Filho de Deus?». Quando jazíamos nas trevas, prisioneiros da sombria região da morte, resplandeceu para nós uma luz vinda do céu. O Verbo de Deus Se fez homem. De Cristo recebemos a capacidade de ver, na Sua luz podemos conhecer Deus e conhecer o homem. São Clemente de Alexandria, na “Exortação aos Gregos” – e a nós! – diz: «Recebamos a luz e tornemo-nos discípulos do Senhor […], expulsemos a ignorância e as trevas que turvam os nossos olhos como um nevoeiro, contemplemos o Deus verdadeiro».

 

Pela oração, Deus entra na nossa vida, Deus passa a habitar-nos, dando-lhe sentido. Na Eucaristia, esta Presença é real, quase palpável. Deixemo-nos atrair pelos testemunhos de São Francisco de Assis e da Beata Teresa de Calcutá: «Olhai – diz São Francisco - todos os dias Ele Se humilha, exactamente como na hora em que, deixando o palácio real (cf. Sab 18,15), encarnou no seio da Virgem; a cada dia é Ele próprio que vem a nós e na mais humilde aparência; cada dia Ele vem do seio do Pai e desce sobre o altar, pelas mãos do sacerdote. E, tal como outrora se apresentava aos santos apóstolos numa carne bem real, assim Se mostra aos nossos olhos, agora no pão consagrado».

 

«Olhai […]: cada dia Ele vem a nós na mais humilde aparência». «Olhai para o sacrário e vede o que significa esse amor». Somos pó, cegos, ignorantes. Mas de Cristo recebemos a luz, para podermos ver. Olhai, pois! A Beata de Calcutá convida-nos a uma oração especial, a adoração: «Onde seremos nós capazes de encontrar a alegria do amor? Na Eucaristia e na sagrada comunhão. Jesus fez-Se “pão da vida” para nos dar a vida. Ali está Ele, dia e noite. Se realmente quiserdes progredir no amor, voltai-vos para a Eucaristia, voltai-vos para a adoração. Olhai para o sacrário e vede o que significa esse amor. Terei inteira consciência dele? Será o meu coração assaz puro para poder ver ali Jesus? A fim de que fosse mais fácil para cada um de nós ver Jesus e assim pudéssemos receber a vida, uma vida de paz e de alegria, Ele fez-Se a Si próprio “pão da vida”».

 

«Unidos a Jesus, procuramos o que Ele procura, amamos o que Ele ama. Em última instância, o que procuramos é a glória do Pai, vivemos e agimos “para que seja prestado louvor à glória da sua graça» (Ef 1,6)”» (Papa Francisco, Exortação Apostólica Evagelii Gaudium, nº 267). Quando procuramos a glória do Pai, realizamos o nosso destino. Somos pó, é verdade, ignorantes, cegos, continuamos miseráveis pecadores, mas unidos a Jesus, temos em nós a Vida, tornamo-nos filhos no Filho!  

 

Jean Tauler, um dominicano que viveu no Séc. XIV, em Estrasburgo, utiliza uma bela imagem para retratar a nossa realidade em Deus: somos como a madeira da vinha… exteriormente é negra, seca e de pouco valor; para aquele que não a conhece, só serve para ser lançada ao fogo; mas por dentro, no coração da cepa, escondem-se veios cheios de vida, que geram o mais precioso e doce fruto que madeira e árvore alguma jamais produziram. «Assim são as pessoas que vivem em Deus, e que são as mais amáveis de todas. No exterior, na aparência, são como seres definhados: assemelham-se à madeira negra e seca, pois são humildes e pequenos por fora; não são pessoas de grandes frases, de grandes obras e grandes acções; não têm uma aparência notável e, em sua própria opinião, em nada brilham. Mas aquele que conhecer a fonte plena de vida que tais pessoas têm no seu íntimo, lá onde renunciam ao que são, onde Deus é a sua herança e o seu suporte, que felicidade tamanha lhe trará tal conhecimento!»

 

Confiem no Seu amor.

 

Bem o sabemos: «Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos diz o Senhor» (cf Is 55,8). Quando percebermos que Deus nos quer levar por caminhos que não queremos, resistimos. Tontos que somos… Devemos confiar em nós ou n’Aquele que tudo pode e que quer o nosso melhor bem? Santa Teresa de Lisieux não tem qualquer dúvida ou hesitação: «Está dito que a felicidade está mais em dar do que em receber (Act 20,35), e é verdade, mas quando Jesus quer tomar para Si a doçura de dar, não é delicado recusar. Deixemo-Lo tomar e dar tudo o que quiser; a perfeição consiste em fazer a sua vontade, e a alma que se entrega totalmente a Ele é chamada pelo próprio Jesus «Sua mãe, Sua irmã» e toda a Sua família. Aliás, “se alguém Me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o Meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14,23). Oh, como é fácil agradar a Jesus, deleitar o Seu coração; basta amá-Lo sem olhar demasiado para nós próprios, sem examinar excessivamente os próprios defeitos».

 

«Também vós quereis retirar-vos?», pergunta Jesus aos Apóstolos quando, na Sinagoga de Cafarnaum, depois do discurso eucarístico, muitos consideram insuportáveis aquelas palavras e se afastam (cf Jo 6, 67-71). «Senhor, a quem iremos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna». São Cirilo de Jerusalém reflecte no conteúdo da resposta de Pedro: «”Quem nos ensinará como Tu os mistérios divinos?”, ou ainda: “Junto de quem encontraríamos melhor? Tu tens palavras de vida eterna!” Não são palavras intoleráveis, como dizem outros discípulos. Pelo contrário, são palavras que conduzem à realidade mais extraordinária de todas, a vida sem fim, a vida imperecível. Estas palavras mostram-nos realmente que devemos sentar-nos aos pés de Cristo, tomando-O como nosso único mestre, e mantendo-nos constantemente junto d’Ele. […] “A quem iremos?” Por outras palavras: “Ficaremos sempre contigo, apegar-nos-emos aos Teus mandamentos, acolhendo as Tuas palavras, sem nunca recalcitrar. Não acharemos, como os ignorantes, que os Teus ensinamentos sejam difíceis de entender. Pelo contrário, diremos: “Como são doces ao meu paladar, as Tuas palavras! Mais doces do que o mel para a minha boca”» (Sl 119,103).

 

Bela oração, esta, do monge São Columbano, que bem podemos fazer nossa: «Peço-Te, Jesus, que acendas a minha candeia com a Tua própria luz e que assim, com essa claridade, […] nunca deixe de Te ver e de dirigir para Ti o meu olhar e o meu desejo. Então, no meu coração só Te verei a Ti, e na tua presença a minha candeia ficará para sempre acesa e ardente. […] Que sejas, noite e dia, o nosso único desejo, a nossa única meditação, o nosso pensamento contínuo. Digna-Te derramar em nós todo o amor necessário para que possamos amar a Deus como convém. Enche-nos do teu amor […] até que não saibamos amar-Te senão a Ti, que és eterno». 

 

No Espírito de Deus, filhinhos, todos são convidados a serem testemunhas.

 

A oração não é intimismo, não se orienta para a nossa própria consolação, embora muitas vezes, rezando, experimentemos as consolações de Deus. A oração orienta-nos para a caridade, que tem no apostolado concretização excelente. E não pode haver desculpas, quer para não rezarmos, quer para sermos omissos no apostolado. A nossa Mãe querida, que bem nos conhece, manda: Rezem; e convida-nos: sejam testemunhas.

 

São Josemaría Escrivá, dá uma ajuda: «Encher de luz o mundo, ser sol e luz – assim definiu o Senhor a missão dos seus discípulos. Levar até aos confins da Terra a boa nova do amor de Deus – a isso devem dedicar a vida, de um modo ou de outro, todos os cristãos. Direi mais: temos de sentir o desejo de não estar sós; temos de animar outros a contribuírem para essa missão divina de levar a alegria e a paz ao coração dos homens. “À medida que progredis, atraí a vós os outros», escreve S. Gregório Magno. “Desejai ter companheiros no caminho para o Senhor”».

 

Paulo VI, que no próximo dia 19 de Outubro será beatificado, dizia na Audiência Geral de 17/05/1972: «Para aqueles que querem captar as ondas sobrenaturais do Espírito Santo, há uma regra, uma exigência que é habitualmente imposta: a vida interior. É dentro da alma que se dá o encontro com este hóspede inexprimível, «doce hóspede da alma», como diz o maravilhoso hino litúrgico de Pentecostes. […] Temos de dar à vida interior o seu lugar próprio no programa da nossa vida, um lugar privilegiado, silencioso, puro; temos de nos reencontrar para que o Espírito vivificante e santificante possa habitar em nós».

 

Todos são preciosos e Eu chamo-os, filhinhos, à santidade e à vida eterna. Por isso, estejam conscientes de que esta vida é passageira.

 

O mundo é uma montra de solicitações, vistosas, sedutoras, capazes de, num instante, nos descentrarem do essencial. Voltemos à linguagem “pão, pão, queijo, queijo” de São Josemaria:«Lembrai-vos de que, «enquanto os homens dormiam», veio o semeador do joio, diz o Senhor numa parábola (Mt 13,25). Nós, os homens, estamos expostos a deixar-nos levar pelo sono do egoísmo, da superficialidade, desperdiçando o coração em mil experiências passageiras, evitando aprofundar o verdadeiro sentido das realidades terrenas. Triste coisa é esse sono, que sufoca a dignidade do homem e o torna escravo da tristeza! […]  É necessário, portanto, despertar os que tenham caído nesse mau sono, recordar-lhes que a vida não é um divertimento, mas um tesouro divino que há que fazer frutificar».

 

O Papa Francisco, no passado dia 9 de Maio, na homilia matutina na Casa de Santa Marta, apontou a pertença à Igreja como uma forma de despertar do somo a fim de realizarmos a vocação à Santidade. Disse: «Nós todos somos pecadores, mas a Igreja é santa. É a esposa de Jesus Cristo e Ele ama-a e santifica-a todos os dias na Eucaristia. Nós somos pecadores, porém membros da Igreja santa, e isso nos santifica. Somos filhos da Igreja e a Mãe Igreja santifica-nos com o seu amor, com os sacramentos do seu Esposo”. Ninguém se faz santo a si mesmo; não há um curso formar santos. Ser santo não é obter um diploma de santidade, mas também não é ser um faquir... Não, não é! A santidade é um dom de Jesus para a sua Igreja. […] A diferença entre os heróis e os santos é o testemunho, a imitação de Jesus Cristo. É seguir pelo caminho de Jesus Cristo, o caminho das cruzes. Este é também é o percurso da nossa santidade: carregar a cruz todos os dias, a cruz quotidiana, e deixarmos que Jesus cresça. E se não prosseguirmos este caminho, não seremos santos. Mas se o tomarmos, daremos testemunho de Jesus Cristo, que nos ama tanto. E, mesmo pecadores, membros da Igreja que é Santa, a esposa de Jesus, beberemos da sua santidade».

 

Mãe Santíssima uma coisa Vos peço: Que no Mês do Coração de Jesus que está a chegar me ensines a confiar mais e mais no amor de Jesus. Para ser santo; para ter a vida eterna!

 

Cónego Armando Duarte

Lisboa, Festa da Visitação de Nossa Senhora de 2014


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