Mensagem de 25 de abril de 2014



" Queridos filhos, abram seus corações para as graças que Deus dá a vocês através de mim, como a flor que se abre ao calor dos raios de sol. Sejam orações e amor para todos aqueles que estão distantes de Deus e de seu amor. Eu estou com vocês e intercedo por todos vocês diante de meu filho Jesus e os amo com um amor incomensurável. Obrigada por terem atendido ao meu chamado. "


Comentário da Mensagem

A mensagem de Abril foi dada na Oitava da Páscoa, após a renovação das Promessas Baptismais feitas na Vigília da Ressurreição do Senhor - a mãe de todas as Vigílias -, e dois dias antes da Festa da Misericórdia, dia escolhido pelo Papa Francisco para a canonização do Papa João XXIII e do Papa João Paulo II. Tempo de alegria e de festa, de gratidão e de compromisso.

 

Sejam oração e amor para todos aqueles que estão distantes de Deus e do Seu amor

 

O coração da Mãe estremece de solicitude por todos os seus filhos que estão distantes de Deus e do Seu amor e, de novo, no-los confia.Nos últimos momentos da sua existência terrena, São João XXIII confiou à Igreja o seu testamento: «O que tem mais valor na vida é Jesus Cristo bendito, a Sua Santa Igreja, o Seu Evangelho, a verdade e a bondade". Noutra ocasião disse: «O homem, separado de Deus, torna-se desumano consigo mesmo e com os seus semelhantes, porque as relações bem ordenadas entre os homens pressupõem relações bem ordenadas da consciência pessoal com Deus, fonte de verdade, de justiça e de amor».

 

São João Paulo II, na sua primeira homilia como Papa, no dia 22 de Outubro de 1978, dizia: «Não tenhais medo! Abri antes, ou melhor, escancarai as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas económicos, bem como os políticos, os vastos campos da cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem o que está dentro do homem. Somente Ele o sabe!»

 

Apesar da nossa rebeldia, vamos percebendo como são sábios estes ensinamentos do “Papa bom” e como é actual a exortação de João Paulo II. A Festa da Misericórdia é para nós e para os que estão longe. Jesus, disse a Santa Faustina Kowalska:

«Minha filha, anuncia a todo o mundo a Minha inconcebível misericórdia. Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia (Diário, 699).

 

Maria é a Apóstola incansável da misericórdia divina. Em inúmeras aparições – em Medjugorje também - tem convidado os seus filhos ainda peregrinos neste mundo, a aproximarem-se do “trono da graça” que é o seu Filho. O seu coração de Mãe, não poderia permanecer indiferente às mazelas dos seus filhos neste vale de lágrimas! Ela é a Mãe da Misericórdia e Mãe de misericórdia! Ó Maria, Mãe que experimentastes e gerastes a Misericórdia, Mãe que proclamais e exerceis a misericórdia, fazei de nós autênticos apóstolos deste mesmo mistério de amor. Amén.

 

Abram os vossos corações à Graça que Deus vos dá através de mim […] Eu estou convosco e intercedo por todos diante do meu filho Jesus.

 

É claro que Deus é o Senhor absoluto de todas as graças. E Maria não é mais do que uma pura criatura, e tudo o que obtém, recebe de Deus gratuitamente. Contudo, mais do que qualquer outra criatura na Terra, honrou e amou a Deus, sendo por Ele escolhida para ser Mãe do Seu próprio Filho. Se a maior de todas as graças que recebemos de Deus Pai, Jesus Cristo, veio a nós por meio de Maria, como então todas as outras graças poderiam chegar a nós senão por Ela? Na verdade, foi por Maria que o Filho de Deus encarnou (Lc 1,38); foi a saudação de Maria que fez João Baptista exultar no seio de sua mãe Isabel, que ficou cheia do Espírito Santo (Lc 1, 39-41); foi a pedido de Sua Mãe que, em Caná, Jesus fez o primeiro milagre (Jo 2,1-12).

 

Já no século IV, Santo Efrém rezava: «Minha Santíssima Senhora, Santa Mãe de Deus, cheia de graças e favores divinos, distribuidora de todos os bens! Vós sois, depois da Santíssima Trindade, a Soberana de todos; depois do Medianeiro, a Medianeira do Universo, ponte entre o mundo inteiro e o céu. Olhai benigna para a minha fé e o meu desejo que me foram inspirados por Deus».

 

São Luís Maria Grignion de Monfort, no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, diz: «Nosso Senhor é o nosso Advogado e o Medianeiro da Redenção junto de Deus Pai; […] Mas não teremos nós necessidade de um medianeiro junto do próprio Mediador? […] Digamos, pois, abertamente, com São Bernardo, que temos necessidade de um medianeiro junto do próprio Mediador, e que Maria Santíssima é a pessoa capaz, mais capaz de desempenhar esta função caridosa. Foi por Ela que nos veio Jesus Cristo; é por Ela que devemos ir a Ele. […] Tudo isto é tirado de São Bernardo e de São Boaventura. Pelo que, segundo eles, temos de subir três degraus para chegar até Deus: o primeiro, que está mais perto de nós e o mais conforme à nossa capacidade, é Maria; o segundo, é Jesus Cristo; e o terceiro, é Deus Pai. Para ir a Jesus, é preciso ir a Maria: Ela é a nossa Medianeira de intercessão» (n.n. 84-86).

 

O Concílio Vaticano II ensina-nos: «É um só o nosso Mediador, segundo as palavras do Apóstolo; há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, um só homem: Cristo Jesus, que se entregou a Si mesmo como resgate por todos (1 Tm 2, 5-6). A função maternal de Maria, para com os homens, de modo algum obscureceu ou diminuiu esta mediação única de Cristo, antes mostra a sua eficácia. Na verdade, todo o   influxo de Salvação da Santíssima Virgem em favor dos homens, não é imposto por nenhuma necessidade intrínseca, mas resulta da livre escolha de Deus, e dimana da sobreabundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação, dela depende absolutamente e dela tira toda a sua eficácia; e, longe de impedir, favorece ainda mais o contacto imediato dos fiéis com Cristo» (LG n. 60). E no final do n. 62: «A Igreja não hesita em atribuir a Maria uma função assim subordinada; sente-a até continuamente e recomenda-a ao amor dos fiéis, para que apoiados nesta protecção maternal, eles se unam mais intimamente ao Mediador e Salvador».

 

S. João Paulo II, no testemunho que nos legou por ocasião das suas “bodas de ouro sacerdotais”, diz: «Houve um tempo em que, de certa forma, pus em causa o meu culto mariano, considerando que se este se dilatasse em excesso, acabaria por comprometer o primado do culto devido a Cristo. Foi então que veio em minha ajuda o livro de São Luís Maria Grignion de Montfort, que tem por título “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”. Encontrei aí resposta às minhas perplexidades. Verdadeiramente, Maria aproxima-nos de Cristo, conduz-nos a Ele, mas na condição de que se viva o seu mistério em Cristo» (Dom e Mistério, pg. 38).

 

Bento XVI, na homilia que proferiu na cerimónia de beatificação do agora São João Paulo II, disse: «Karol Wojtyla, primeiro como Bispo Auxiliar e depois como Arcebispo de Cracóvia, participou no Concílio Vaticano II e bem sabia que dedicar a Maria o último capítulo da Constituição sobre a Igreja significava colocar a Mãe do Redentor como imagem e modelo de santidade para todo o cristão e para a Igreja inteira. Foi esta visão teológica que o Beato João Paulo II descobriu na sua juventude, tendo-a depois conservado e aprofundado durante toda a vida; uma visão, que se resume no ícone bíblico de Cristo crucificado com Maria ao pé da Cruz. Um ícone que se encontra no Evangelho de João (19, 25-27) e está sintetizado nas armas episcopais e, depois, papais de Karol Wojtyla: uma cruz de ouro, um «M» na parte inferior direita e o lema «Totus tuus», que corresponde à conhecida frase de São Luís Maria Grignion de Monfort, na qual Karol Wojtyla encontrou um princípio fundamental para a sua vida: “Totus tuus ego sum et omnia mea tua sunt. Accipio Te in mea omnia. Praebe mihi cor tuum, Maria – Sou todo vosso e tudo o que possuo é vosso. Tomo-vos como toda a minha riqueza. Dai-me o vosso coração, ó Maria”» (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, n. 266).

 

Na saudação que fez quando chegou a Fátima em Maio de 1982, na sua primeira visita apostólica a Portugal, São João Paulo II disse: «Desde há muito que tencionava vir a Fátima; desde que se deu o conhecido atentado na Praça de São Pedro, há um  ano atrás, ao recuperar a consciência, o meu pensamento voltou-se imediatamente para este Santuário, para depor no coração da Mãe celeste o meu agradecimento por me ter salvo do perigo. Vi em tudo o que foi sucedendo – não me canso de o repetir – uma especial protecção materna de Nossa Senhora».

 

Sendo Maria a Medianeira de todas as graças, torna-se claro, como é convicção da Igreja, que mesmo as graças que recebemos de Deus sem recorrermos a Maria nos são dadas, também, através das suas mãos.

 

Amo-os com um amor incomensurável

 

Proponho-vos que neste mês de Maio, o “Mês de Maria”, procureis saborear este amor incomensurável da Mãe. Como? É excelente a sugestão que propõe no seu livro, o Padre Vasco Pinto Magalhães, um Jesuíta português: “Não há soluções, há caminhos”: «Estamos em Maio, mês de Primavera, mês de alegria, mês de Maria. Não seria nada mau, podia ser um bom propósito, que não passasse um dia sequer sem pensar em alguém que esteja mais triste ou infeliz do que eu e dar um passo na sua direcção: um gesto, um pensamento, uma Ave-Maria... Então, este seria mesmo o mês de Maria, das mães, das graças gratuitas e da alegria».

 

E porque o mês de Maio é Tempo Pascal, vivamo-lo com alegria reforçada… O Papa Francisco não nos poupa. Num destes dias, na sua homilia na Missa matinal que celebra na igreja da Casa de Santa Marta, dizia: «Esta é uma doença dos cristãos. Temos medo da alegria. Temos medo da proximidade de Jesus, porque ela nos traz alegria. E isso explica a existência de tantos cristãos com cara de enterro, não é? A sua vida parece um funeral contínuo. Preferem a tristeza em vez da alegria. Sentem-se mais à vontade, não na luz da alegria, mas nas sombras, como aqueles bichos que só conseguem sair de noite, porque à luz do dia, não enxergam nada. Como os morcegos. Com algum humor, podemos dizer que existem cristãos morcegos, que preferem as sombras à luz da presença do Senhor».

 

Se não experimentamos a alegria que brota da ressurreição de Cristo, alegria por sermos cristãos, alegria por O podermos seguir de perto, a alegria de estar com Ele, dificilmente seremos o que Nossa Senhora espera que nós sejamos: «oração e amor para todos aqueles que estão distantes de Deus e do Seu amor».

 

Cónego Armando Duarte

Lisboa, 1 de Maio de 2014

 


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