Mensagem de 25 de março de 2014



"Queridos Filhos, convido-os novamente: iniciem a luta contra o pecado como nos primeiros dias, vão para a confissão e decidam-se pela santidade. Através de vocês o amor de Deus será derramado no mundo, a paz reinará em seus corações e Deus os preencherá com sua benção. Eu estou com vocês e intercedo por todos diante de meu filho Jesus. Obrigada por terem atendido ao meu chamado."

 

 


Comentário da Mensagem


«O principal objetivo de Satanás é a destruição...» Uma das armas para sairmos vencedores desta luta sem tréguas, é a Confissão. A confissão mensal (ou logo que se tenha cometido um pecado grave), é um elemento estruturante da mensagem de Medjugorje, como o é também da mensagem de Fátima. Nossa Senhora pediu à Irmã Lúcia: «Tu, ao menos, procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário com o fim de me desagravar».

 

Não nos surpreende, então, que Nossa Senhora renove uma e outra vez o convite à Confissão. Desta vez o curioso é a sintonia… «procurem a confissão» pede a Mãe na mensagem de Março. Uma semana antes, D. Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, havia enviado uma carta às dioceses do mundo inteiro propondo como iniciativa pastoral que deverá repetir-se em cada ano no IV Domingo da Quaresma, as “24 horas para o Senhor”, que consiste em manter aberta dia e noite, em cada Diocese, uma igreja, proporcionando aos fiéis a possibilidade de se confessarem a qualquer hora num ambiente de Adoração Eucarística. Na concretização desta iniciativa em Roma, de 27 para 28 de Março, que teve início com uma Celebração Penitencial presidida pelo Santo Padre, o Papa Francisco voltou a surpreender todos, incluindo o seu mestre de cerimónias, Mons. Guido Marini. Depois da homilia, em vez de se dirigir ao confessionário que lhe estava destinado para atender de confissão alguns fiéis, dirigiu-se a um dos 60 confessores, ajoelhou-se e confessou-se.

 

Iniciem a luta contra o pecado como nos primeiros dias

 

Estamos constantemente a passar por Massa e Meriba… Guiado por Moisés o povo de Israel pôs-se a caminho da Terra Prometida. A certeza de que Deus caminhava a seu lado foi confirmada na passagem do Mar Vermelho. O povo louvou o Senhor que «é verdadeiramente grande: cavalo e cavaleiro lançou no mar» (Ex 15,1). Sol de pouca dura… bem cedo começaram as dificuldades: o calor sufocante, o cansaço, as serpentes venenosas, a fome e, sobretudo, a sede. Cheio de sede, no deserto inóspito, o povo desafia Deus: «O Senhor está ou não no meio de nós?» (cf Ex 17, 3-7). Aquele lugar passou a chamar-se Massa e Meriba, duas palavras que em hebraico significam  "tentação” e “discussão”.

 

A esta altercação como respondeu Deus? À Sua maneira… não reage com castigos e ameaças, antes compreende a fraqueza daquele povo, as suas dúvidas e perplexidades, e faz jorrar a água do rochedo do Monte Horeb.

 

Na Audiência Geral do passado dia 19 de Fevereiro, na habitual Catequese, o Papa falou dos “Sacramentos da Cura”. Começou, dizendo: «Através dos Sacramentos da Iniciação Cristã, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, o homem recebe a vida nova em Cristo. Agora, todos sabemos disso, nós levamos essa vida “em vasos de barro” (2 Cor 4, 7), ainda estamos sujeitos à tentação, ao sofrimento, à morte e, por causa do pecado, podemos até mesmo perder a nova vida».

 

Já no dia 25 de Outubro, na sua homilia da missa matutina na igreja da Casa de Santa Marta, o Papa Francisco havia chamado a atenção para a importância da Confissão. «Depois de ter tido a sensação de ser libertado pelo sangue de Cristo e de ser «recriado», São Paulo sente que algo ainda o torna escravo. E na carta aos Romanos (7, 18-25) — recordou o Pontífice — define-se «infeliz». “Sei que na minha carne não habita o bem”. Há o desejo do bem, mas não a capacidade de o realizar. Não faço o bem que quero, mas o mal que aborreço. E este mal é feito pelo pecado que habita em mim». Ele confessa-se pecador: «Cristo salvou-nos, somos livres. Mas eu sou um pobre pecador, um escravo».

 

Porque somos pecadores, fracassamos todos os dias, como em Massa e Meriba. Como reage Deus? Oferece-nos a água fresca do perdão através da Confissão. Deixemo-nos de justificações para o mal que fazemos ou para o bem que, por omissão, deixamos de fazer. «Somos todos pecadores!». É com esta atitude que devemos lutar, com o entusiasmo dos primeiros dias, usando e abusando da “arma” da Confissão.

 

A Quaresma é o tempo oportuno. O Papa emérito, numa Audiência Geral no início da Quaresma de 2010, dizia: «Com a imposição das cinzas renovamos o nosso compromisso de seguir Jesus, de nos deixarmos transformar pelo seu mistério pascal, para vencer o mal e praticar o bem, para fazer morrer o nosso “homem velho” ligado ao pecado e fazer nascer o “homem novo” transformado pela graça de Deus».

 

De uma forma bem mais incisiva, São Cirilo de Jerusalém exorta-nos (313-350): «É agora a época da Confissão. Confessa os pecados que cometeste, por palavras ou por atos, de noite ou de dia. Confessa-te «neste tempo favorável» e, «no dia da salvação» (Is 49,8; 2Cor 6,2), recebe o tesouro do céu. […] Desembaraça-te de todas as preocupações humanas; ocupa-te da tua alma. […] Deixa o presente e crê no futuro […]: «Parai, ficai a saber que Eu sou Deus» (Sl 45,11). […] Purifica o teu coração, para receberes a graça com mais abundância: o perdão dos pecados é dado a todos igualmente, mas a participação no Espírito Santo é concedida de acordo com a medida da fé de cada um. Se te esforçares pouco, pouco receberás; se trabalhares muito, o teu salário será grande».

 

Idêntico convite nos dirige o Papa Francisco, na Catequese que já atrás citamos: «Eu gostaria de perguntar – mas não respondam em voz alta, façam-no no íntimo do vosso coração – quando foi a última vez que te confessaste? Cada um pense… Há dois dias, duas semanas, dois anos, vinte anos, quarenta anos? Cada um faça as contas, mas cada seja verdadeiro consigo mesmo: quando foi a última vez que eu me confessei? E se já passou muito tempo, não percas nem mais um dia, vai, que o sacerdote será bom. Nele é Jesus, o melhor dos sacerdotes, quem te acolhe… com tanto amor! Coragem, confessa-te!

 

Procurem a confissão e decidam-se pela santidade

 

Na Catequese do dia 19 de Fevereiro, o Papa ensinou: «O Sacramento da Penitência ou da Reconciliação brota diretamente do mistério pascal. Com efeito, na noite de Páscoa, o Senhor apareceu aos discípulos fechados no cenáculo e, depois de lhes dirigir a saudação «A paz esteja convosco!», soprou sobre eles e disse: «Recebei o Espírito Santo! A quantos perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados» (Jo 20, 21-23)». Deus quis dar aos Apóstolos e aos seus sucessores este poder de perdoar. Mas nós, que somos católicos e conhecemos esta verdade de fé, porque não nos confessamos com frequência?

 

Às vezes por razões palermas… Já nesta Quaresma um jovem disse-me que não se confessava por se ter esquecido do Ato de Contrição. Um outro motivo será o facto de não nos considerarmos assim tão pecadores… “Sei que não sou santo, mas que importância têm os meus pecaditos ao pé da lama que atola este mundo?”. No fundo, muitos católicos – que até comungam regularmente na Missa dominical – acham-se bons, corretos só porque não matam, não roubam e não traem a mulher ou o marido. Quantos destes não pensam no seu íntimo que Deus até deve estar muito contente com eles... Outro motivo que inibe muitos de se confessarem, e é também a causa de muitas confissões mal feitas, é a vergonha.

 

A vergonha pode nascer da soberba que nos leva a não aceitar a humilhação de dizer ao confessor aquilo que de mal fizemos. Conta-se de um santo – não me recordo do seu nome - que estando um dia no confessionário atendendo de confissão, viu satanás na fila dos penitentes. E ingenuamente pensou: “Será que satanás se converteu e se quer  confessar?”. Logo que deu a absolvição ao penitente que estava a seus pés, levantou-se, foi ao encontro de satanás e perguntou-lhe: “Que pretendes?”. Ao que satanás respondeu: “Vim restituir!”. ”Restituir o quê?”. A resposta foi categórica: “A vergonha que tirei a esta gente para fazerem os pecados que fizeram; agora restituo-lha por inteiro a fim de fazerem uma confissão mal feita”.

 

Porém, ter vergonha dos próprios pecados também pode ser uma graça. Na homilia do dia 25 de Outubro, o Papa Francisco disse: «Pensemos em Pedro quando, depois do milagre de Jesus no lago, disse: “Afasta-Te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!” (Lc 5, 8). Teve vergonha dos seus pecados perante a santidade de Jesus Cristo», explicou o Papa.

 

Ainda na mesma homilia, bem ao seu jeito, o Papa havia observado: «Alguns dizem: "Ah, eu confesso-me diretamente a Deus”. É como confessar-se por e-mail». Para logo acrescentar: «Experimentamos a graça da vergonha quando confessamos a Deus o nosso pecado, falando face a face com o sacerdote, nosso irmão».

 

O papel do sacerdote na celebração do Sacramento da Penitência foi também abordado pelo Papa na Catequese do dia 19 de Fevereiro: «Na celebração deste Sacramento, o sacerdote não representa somente Deus, mas toda a comunidade, que se reconhece na fragilidade de cada um de seus membros, que escuta comovida o seu arrependimento, que se reconcilia com ele, que o encoraja e o acompanha no caminho de conversão e amadurecimento cristão. Alguém pode dizer: “eu confesso-me a Deus. Sim, você pode dizer a Deus “perdoa-me”, e dizer-Lhe os pecados, mas os nossos pecados são também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isto é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote».

 

Aos sacerdotes participantes na XXV edição do curso sobre Foro Interno, organizado pela Penitenciaria Apostólica, que teve lugar no final de Março, dizia o Santo Padre: «O coração do sacerdote é um coração que sabe comover-se, não por sentimentalismo, por mera emotividade, mas pelas “entranhas de Misericórdia” do Senhor. Se a tradição nos indica para os confessores o duplo papel de médico e de juiz, nunca esqueçamos que como médico é chamado a curar e como juiz é chamado a absolver».

 

Na homilia do dia 27 de Março, na Casa de Santa Marta, em que abordou novamente o tema da Confissão, dizia o Papa: «Mas, padre, eu tenho muitos pecados, e Deus não está contente...”, dirá alguém. Então tenta! Se queres conhecer a ternura desse Pai, vai até Ele e tenta! E depois conta-me como foi! […] Deus é o Deus da Misericórdia: Ele não se cansa de perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão, mas Ele não se cansa de perdoar. “Setenta vezes sete”, sempre! Numa perspectiva empresarial, o balanço seria negativo. Deus fica sempre a perder… perde no balanço das coisas, mas ganha no amor!».

 

O amor de Deus começará a derramar-se pelo mundo através de vós

 

O Beato João Paulo II, no número 14 da Encíclica Dives in Misericordia, lembra que «Jesus Cristo ensinou que o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a «ter misericórdia» para com os demais. «Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7) […]. Neste sentido, Cristo crucificado é para nós o modelo, a inspiração e o incitamento mais nobre. Baseando-nos neste impressionante modelo, podemos com toda a humildade, manifestar a misericórdia para com os outros, sabendo que Cristo a aceita como se tivesse sido praticada para com Ele próprio (Mt, 25,34ss)». E conclui: «O amor misericordioso é sobretudo indispensável entre os que estão mais próximo: os cônjuges, os pais e os filhos, os amigos; e é de igual modo indispensável na educação e na pastoral».

 

Também o Papa Francisco, na homilia da Celebração Penitencial que já referimos, exorta os que na Confissão fazem a experiência do perdão a serem embaixadores da misericórdia: «Depois desta celebração, muitos de vós passarão a ser missionários da reconciliação com Deus. Aos que encontrardes, transmiti-lhes a alegria do perdão do Pai e do reencontro da amizade com Ele. Quem experimenta a Misericórdia Divina é impelido a torna-se artífice da misericórdia entre os últimos e os mais pobres. Nestes "pequenos irmãos” Jesus espera-nos (cf. Mt 25,40). Vamos ao encontro d’Ele e celebremos a Páscoa na alegria de Deus!».

 

Outra forma de derramar o amor de Deus, é persistirmos na oração de reparação… pelos nossos pecados e pelos pecados do mundo. Trata-se de um apelo central da mensagem de Fátima, que remonta à segunda aparição do Anjo aos Pastorinhos: «Orai, orai muito! Os Corações de Jesus e de Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios. […] De tudo o que puderdes, oferecei um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores».

 

À Virgem, Mãe de Misericórdia, confiemos o caminho quaresmal, para que também nós, como o cego curado com a graça de Cristo, possamos seguir rumo à luz e renascer para uma vida nova. Confiemos-Lhe também o ministério dos sacerdotes e cada comunidade cristã, para que todos apreciem mais e mais o Sacramento da Penitência.

 

Cónego Armando Duarte

Lisboa, 1 de Abril de 2014


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