Mensagem de 25 de setembro de 2014



"Queridos filhos, também hoje os convido a serem como estrelas que com seu brilho dão luz e beleza aos outros para que se alegrem. Filhinhos sejam vocês também: brilho, beleza, alegria e paz - e, sobretudo oração - para todos aqueles que estão longe do meu amor e do amor de meu filho Jesus. Filhinhos testemunhem a sua fé e oração na alegria, na alegria da fé que esta em seus corações e rezem pela paz que é um dom preciosíssimo de Deus. Obrigada por terem atendido ao meu chamado."


Comentário da Mensagem

Também hoje convido todos a serem como as estrelas que, com o seu brilho, dão luz e beleza aos outros para que eles se alegrem.

 

Celebraremos no dia 7 de Outubro, a Festa de Nossa Senhora do Rosário título que a Mãe recebeu em memória da aparição a São Domingos de Gusmão, em 1208, na Igreja de Prouille, durante a qual lhe entregou o rosário, com a recomendação de que o rezasse para a salvação do mundo. A festa do Santíssimo Rosário e comemoração de Santa Maria da Vitória foi instituída pelo Papa São Pio V por causa da vitória alcançada pelos cristãos contra os turcos na batalha naval de Lepanto em 1571, a 7 de Outubro, no dia em que os dominicanos, os divulgadores da devoção do rosário, promoviam as procissões das Confrarias do Rosário. A intenção é clara: o instrumento de combate dado por Maria a São Domingos – o santo rosário – é garantia de vitória qualquer que seja o combate que tenhamos de travar.

 

O Papa Francisco é utilizador exímio desta poderosa arma… Desde pequeno, tem o hábito de rezar o rosário da Virgem Maria: «Uma coisa que me faz forte todos os dias é rezar o terço a Nossa Senhora», confessa o Santo Padre. É certo que os seus actuais afazeres já não lhe permitem rezar com regularidade os três terços do rosário (aos quais São João Paulo II juntou um quarto, com a meditação dos mistérios luminosos): «Aqui já não. Costumo rezar só uma “coroa”, mais do que isso não consigo dar conta, pela falta de tempo e tudo mais. Mas sempre, todos os dias, rezo o terço e recomendo-o às pessoas». Justifica esta devoção com a simplicidade que o caracteriza: «o rosário faz-me bem!».

 

O Santo Padre ensina ainda, como refere o Padre Alexandre Awi Mello, no seu livro " Ela é minha Mãe!" - Encontros do Papa Francisco com Maria que, na luta contra o mal, nunca estamos sozinhos: «Maria não nos deixa sozinhos; a Mãe de Cristo e da Igreja está sempre connosco. Caminha sempre connosco, está connosco. […] A oração com Maria, em particular o rosário, tem também esta dimensão “agonística”, isto é, de luta, uma oração que nos apoia na batalha contra o maligno e seus cúmplices”.

 

«O terço é a oração que sempre acompanha a minha vida; é também a oração dos simples e dos santos... é a oração do meu coração». São as palavras que o Papa Francisco escreveu à mão como prefácio do pequeno livro Il Rosario, Preghiera del cuore, da autoria do sacerdote de rito copto católico Yoannis Lahzi Gaid, lançado no dia 11 de Setembro passado.

 

Nossa Senhora põe-nos o terço nas mãos… Se formos fiéis à sua recitação, garante-nos: seremos como as estrelas, brilho, beleza, alegria, paz, oração… e, vencendo-nos a nós próprios, daremos testemunho da fé com alegria.

 

O Padre Lívio, da Radio Maria Itália, perguntou a Marija Pavlovic se essas estrelas seriam como aquelas que coroam a Virgem quando lhe aparece, já referidas na descrição do Apocalipse:«Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo de seus pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas» (Ap 12,1). «Quem dera que possamos ser como essas estrelas», respondeu Marija. «São belas as estrelas que brilham em torno da cabeça da Senhora?», insistiu o Padre Lívio… A resposta da vidente interpela-nos fortemente: «São simples mas, com a sua luz, acrescentam mais beleza à própria beleza da Virgem. O extraordinário é que, cada vez que a Virgem nos aparece coroada de doze estrelas, sentimos uma imensa alegria. As estrelas são, para nós (os videntes), um sinal de alegria. Creio que nesta mensagem aquilo que nos é pedido é que sejamos alegria para os outros pelo testemunho da fé».

 

Muitos místicos e santos, entre eles São Luís Maria Grignion de Monfort, consideram que as doze estrelas representam as doze graças com que a Santíssima Trindade revestiu a nossa Mãe, qual Sua coroa de glória: a Imaculada Conceição, a Virgindade Perpétua, a Maternidade Divina, ser a Bendita entre todas as Mulheres, a Esposa do Espírito Santo, a Mãe a quem Jesus foi submisso, a Vencedora de satanás e das heresias, a Medianeira de todas as Graças, a Mãe da Igreja e nossa Mãe, a Assumpta ao Céu, a Rainha do Céu e da Terra… a décima segunda estrela, reflecte o brilho de muitas outras graças, honras e méritos com que Deus a adornou e que fazem d’Ela o “Molde da Santidade”.

 

Tu podes ser outra estrela a acrescentar mais beleza à própria beleza do Universo

 

Todos os que, aceitando a instrução de Jesus junto à Cruz, aceitam como o discípulo amado, receber Maria em suas vidas, vendo na Sua Luz, alimentados com o Seu leite materno, conduzidos pelo Seu exemplo, sustentados pelo Seu braço e confiados à Sua protecção, alcançam aquilo que Ela deseja para cada um dos seus filhos: a graça da pertença a Cristo!  E nessa pertença, são brilho, beleza, alegria, paz e oração, isto é, sinal vivo desta fortíssima comunhão com o Senhor.

 

Nesta pertença seremos aquilo que devemos ser: «Vós sois luz do mundo! […] Vós sois sal da terra!» (Mt 5, 13 ss). Não é uma ordem ou um pedido que Jesus nos dirige, mas a verificação daquilo que caracteriza os discípulos de Jesus, a começar por Maria, a primeira dos discípulos e modelo de todo o discípulo: Vós sois Luz, vós sois sal!

 

Luz e sal… O contraste é importante, claro. Imersos n’Aquele que é o fulgor eterno, somos luz nas trevas! Com a sua presença moldada na pertença a Cristo, o brilho já reluz e mais uma estrela no horizonte… E o Pai que está nos Céus é glorificado! O sal, ao contrário da luz, não se coloca «debaixo do alqueire», antes se oculta diluído nos alimentos. O discípulo deve ser luz brilhante e sal que se oculta, na humildade de uma vida feita serviço e entrega aos demais. A «Mulher revestida de sol», não é a humilde serva do Senhor?

 

 Ser alegria pelo testemunho da fé

 

Vem a propósito o ensino de São João Crisóstomo (345-407), numa das suas homilias sobre os Actos dos Apóstolos: «Não há nada mais insensível do que um cristão que não se aplica em salvar os outros. Não podes argumentar sobre isto com o pretexto da pobreza: a viúva que deu as suas duas moedinhas levantar-se-ia para te acusar (Lc 21,2). Pedro também, pois dizia: «Não tenho ouro nem prata» (Act 3,6). Assim como Paulo, que era tão pobre que frequentemente passava fome e carecia de bens necessários (1Cor 4,11). Também não podes objectar com o teu nascimento humilde: também eles eram de modesta condição. A ignorância não te será melhor desculpa: também eles eram iletrados […]. Não invoques igualmente a doença: Timóteo era dado a frequentes indisposições (1Tim 5,23) […]. Qualquer um pode ser útil ao seu próximo se quiser fazer aquilo que lhe for possível».

 

Parafraseando ainda aquele que foi bispo de Constantinopla, diríamos: Se foste iluminado por Jesus – se és baptizado - não digas que não podes ser uma estrela, que brilha, e é bela, e com o seu brilho e a sua beleza alegra quem a contempla… «Se és cristão, é impossível que tal não aconteça. Cada árvore, conforme é boa ou má, carrega bom ou mau fruto (Mt 7,17s) e, como não há contradição na natureza, o que dizemos é igualmente verdade, porque tal deriva da própria natureza do cristão. […] É mais fácil a luz ser trevas do que o cristão não brilhar». Ou é razoável que a figueira abuse na ramagem e seja estéril de figos?

 

Testemunhem na alegria da fé que está nos vossos corações

 

O Papa Francisco, faz já uns meses, na sua homilia matutina do dia 24 de Abril, dizia: «Esta é uma doença dos cristãos. Temos medo da alegria. É melhor pensar: ‘Sim, sim, Deus existe, mas está lá longe; Jesus ressuscitado, Ele está lá’. Mas queremo-l'O a uma certa distância. Temos medo da proximidade de Jesus, que é a fonte da alegria. E isso explica a existência de tantos cristãos com cara de enterro, não é? A vida deles parece um funeral contínuo. Preferem a tristeza, não a alegria. Ficam mais à vontade, não na luz da alegria, mas nas sombras, como aqueles bichos que só conseguem sair de noite porque não enxergam nada à luz do dia. Como os morcegos. Cristãos morcegos, que preferem as sombras à luz da presença do Senhor”.

 

Cristãos morcegos, não! Seriam como a figueira sem figos, ou como uma estrela que não brilha, ou como uma criança que não parte um prato… Uma aberração da natureza. O cristão não tem medo da alegria, nem pode ocultar-se na escuridão. O testemunho alegre das razões da nossa esperança, vem da pertença a Jesus ressuscitado, garante da alegria e da paz. «D’Ele nos vem a alegria, a alegria de ser cristãos; a alegria de O seguir de perto; a alegria de andar pelo caminho das bem-aventuranças, a alegria de estar com Ele», dizia o Papa na homilia que citámos.

 

Com Santo Efrém, no século IV diácono e doutor da Igreja, peçamos: «Fazei, Senhor, que cheguemos a contemplar em nós mesmos a alegria da ressurreição, e que nada consiga apartar o nosso espírito das vossas alegrias. […] Com a graça do baptismo conservamos escondido no nosso corpo o tesouro que nos destes, esse tesouro que se reforça na mesa dos vossos sacramentos; fazei-nos viver sempre na alegria da vossa graça».

 

Já agora acalentemos em nós o santo desejo de São Patrício, outro homem grande que vivendo a grande distância de Santo Efrém, dele viveu muito perto no tempo e nos anelos de santidade: «Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim, Cristo em mim, Cristo abaixo de mim, Cristo sobre mim, Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda, Cristo quando me levanto, Cristo quando me deito, Cristo no coração de quem pensa em mim, Cristo na boca de quem fala de mim, Cristo nos olhos de quem me olha, Cristo nos ouvidos de quem me ouve».

 

As estrelas que coroam a cabeça da nossa Mãe Santíssima alegram sempre os videntes porque não esbatem o seu fulgor. Alegremo-l'A nós também sendo alegria para os nossos irmãos pela coerência da nossa fé, pela paz que transmitimos, pelo testemunho da luz com que Jesus incendiou o nosso coração.

 

Rezem pela paz

 

Rezem pela paz que é dom precioso de Deus, pede a Mãe. Nestes tempos de tanta violência, vamos ser perseverantes nesta súplica. Até que Deus nos oiça! Mas vamos também associar-nos a outra intenção da Igreja, conforme o Papa tem recomendado: «Convido todos a apoiarem os trabalhos do Sínodo com a oração, invocando a materna intercessão da Virgem Maria. Que Nossa Senhora do Rosário obtenha a paz, para as famílias e para o mundo inteiro!»

 

Cónego Armando Duarte

Lisboa, Véspera da Memória de Nossa Senhora do Rosário, 6 de Outubro de 2014


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